Open banking consolida transformação digital

Em vigor desde o dia 13 de agosto, a segunda e mais importante etapa do chamado open banking – ou sistema financeiro aberto, em livre tradução do inglês – deve contribuir ainda mais para a transformação digital no País. Mais inovador que o sistema de pagamentos instantâneos, o já conhecido Pix, esse modelo permite que os clientes possam compartilhar seus dados cadastrais entre diferentes financeiras autorizadas pelo Banco Central.

A possibilidade de compartilhamento de dados até então não existia, ficando as informações restritas ao banco ou fintech de origem do cliente. No entanto, a nova medida permite que todo o histórico financeiro de um consumidor, seja ele pessoa física ou jurídica, construído ao longo de anos, esteja disponível a todas as instituições financeiras.

Dentro desse contexto, ao permitir que outros bancos acessem seus dados cadastrais, o que inclui nome completo, CPF/CNPJ, telefone, endereço e informações de transações relativas aos produtos e serviços de suas contas, o cliente poderá ter acesso a ofertas mais atrativas de crédito. A iniciativa irá acirrar ainda mais a concorrência entre as instituições financeiras, e deve contribuir, consequentemente, para a redução de custos bancários, segundo estimativa da FecomércioSP.

Empresas poderão ter acesso a crédito mais barato com o open banking

Na prática o open banking irá possibilitará que o empreendedor tenha maior controle sobre as finanças de seu negócio, tendo em vista que ele poderá conhecer novas soluções de crédito, investimentos e outros produtos, ele terá mais assertividade na hora da decisão. Ao comparar as opções e condições disponíveis no mercado, ele poderá melhorar o fluxo de recursos, e manter um relacionamento diversificado com instituições que oferecerem as condições mais adequadas ao seu empreendimento.

Além disso, a expectativa é de que o empreendedor tenha menos burocracia e taxas de juros menores para a antecipação de recebíveis, levando em conta que o mercado passa a dispor de mais ofertas de crédito. Esse é um dos pontos mais relevantes para os empreendedores que precisam de recursos imediatos para o fluxo de caixa. Com o open banking, o empresário poderá evitar a contratação de outras modalidades de crédito ou, até mesmo, utilizar o cheque especial – modalidade de empréstimo bancário mais cara do mercado, com juros de 124,9% ao ano.

Na fase 1, a qual teve início em fevereiro deste ano, quando ocorreu a abertura dos dados das instituições participantes, seus canais de atendimento e os produtos e serviços que oferecem, o que inclui contas de depósito à vista, poupança, pagamento e operações de crédito. No entanto, essa etapa ainda não envolvia o compartilhamento de dados de clientes, o que está ocorrendo a partir de agora.

Menos burocracia e mais agilidade para os negócios

Ainda sobre a redução de burocracia, com o open banking a etapa de análise do tempo de abertura de conta para liberação de determinados produtos e serviços, deve ser eliminada – o que passa a contar mesmo é o histórico financeiro do cliente, o qual estará disponível para as demais instituições autorizadas. Com o compartilhamento de dados, as instituições poderão realizar uma análise mais criteriosa, o que deve contribuir para a diminuição do spread bancário – diferença entre o custo que o banco paga para captar recursos e o quanto ele cobra nas operações de crédito feitas pelas empresas.

A medida, que tem regulação do Banco Central, trabalha por meio de APIs (interfaces de programação de aplicações), as quais fazem a conexão entre as instituições participantes e permitem a troca de informações entre elas de uma maneira padronizada. Cabe salientar que é obrigatória a participação dos grandes e médios bancos brasileiros classificados no segmento S1 – porte igual ou superior a 10% do Produto Interno Bruto, ou que exerçam atividade internacional, e do segmento S2 (porte inferior a 10% e igual ou superior a 1% do PIB. Para as demais instituições, a participação é facultativa. 

Escopo do open banking prevê ainda outras duas fases

A próxima  fase, a terceira de um total de 4, passa a vigorar em 30 de agosto, com o início dos pagamentos e propostas de crédito. A partir desta data, por meio de um aplicativo único, os clientes poderão realizar transações de pagamento e encaminhamento de proposta de operação de crédito em diferentes instituições. Nesta etapa o cliente poderá realizar uma transação de pagamento em sua conta sem a necessidade de acessar o ambiente da instituição financeira – home banking ou aplicativo. Essa fase ainda prevê o envio e contratação de propostas de crédito de outras instituições.

A etapa seguinte (4), marcada para 15 de dezembro, envolve informações relativas a seguros, previdência, investimentos e câmbio. Depois dessa data, dados sobre estes outros serviços financeiros passam a compor a estrutura do open banking. Dessa forma, os clientes que autorizarem podem compartilhar informações desses produtos/serviços, o que inclui ainda conta-salário e previdência complementar. Também está previsto um cronograma para o próximo, quando outras funcionalidades deverão ser liberadas gradualmente. 

Estas, por sua vez, incluem compartilhamento de serviços financeiros, como transferências, pagamentos por boleto, previdência, investimentos e câmbio. A conclusão deve ocorrer apenas no final de setembro de 2022 com o compartilhamento de serviços de débito em conta. Por último cabe ressaltar que não será cobrado nenhum valor do cliente pelo compartilhamento dos dados, e ao cliente é permitido cancelar a autorização quando desejar. 

Open banking: oportunidades para fintechs 

Essa inovação no setor financeiro pode ser uma ótima oportunidade de crescimento para as fintechs – startups ou empresas que desenvolvem produtos financeiros totalmente digitais. Segundo a consultoria KPMG, três segmentos de tecnologia, em especial, podem ser aproveitados por estas empresas. 

O primeiro deles se refere à soluções de front-end – nesse ramos as fintechs poderão desenvolver experiências diferenciadas e facilitadas de navegação para que os clientes acessem os serviços e soluções dos bancos. Outra tendência de negócios pode ser a segmentação de produtos. Nesse caso, empresas que desenvolvam produtos e serviços focados em entender as necessidades do cliente, deverão ter sucesso. Por fim, serviços de infraestrutura também poderão gerar ótimas oportunidades, conforme estudo da KPMG. Nesse contexto, as fintechs poderão auxiliar as empresas a escalarem seus produtos e eficientizar a gestão de seus dados e produtos, prestando serviços de infraestrutura e back-end de todo o sistema.


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