Conheça as healthtechs, confira como estas startups estão revolucionando o setor da saúde e seu panorama de investimentos

Tanto o mercado privado como o poder público estão cada vez mais de olho no empreendedorismo tech no setor da saúde. Sobretudo depois da crise pandêmica que surgiu em 2020, este setor se viu diante da necessidade de inovar e se reinventar. Assim, o aquecido mercado brasileiro – carente de certas soluções – recentemente ofereceu ainda mais espaço às healthtechs.

As healthtechs (“saúde” + “tecnologia”) são empresas que contam com a tecnologia para desenvolver soluções inovadoras para o setor da saúde. Informações do Distrito dão conta que 60% das startups brasileiras foram fundadas de 2016 para cá, o que torna claro que o segmento de healthtechs ainda é recente no Brasil.

O setor de saúde no Brasil tem um gasto anual maior que R$ 200 bilhões. Destes, cerca de 70% são consumidos pela saúde suplementar que atende cerca de 25% da população e 30% são destinados ao SUS que atende 75% da população. Esta disparidade faz do setor de saúde um dos mais promissores para inovações. 

Ainda de acordo com o report, o volume de investimentos nesse mercado da saúde sofreu um “boom” em 2021, com US$ 552,6 milhões – mais de 4x seu período anterior, 2020.

Convidamos você a continuar conosco para conhecer melhor sobre as healthtechs, suas soluções e principais tendências. Confira!

O que é uma healthtech?

A tecnologia está moldando todos os setores, independentemente do trabalho que os envolvem – e isso não poderia ser diferente no setor da saúde. O mercado de healthtech é um segmento que, a partir de soluções disruptivas, define tendências e promove mudanças tecnológicas nesse setor, muitas vezes até moldando o comportamento do consumidor.

As healhtechs trazem novas  soluções em segmentos diversos como vacinas, medicamentos, procedimentos, acesso à saúde, bem-estar, gestão, entre outros.

As healthtechs no enfrentamento da Covid-19

A incerteza e a necessidade de gerar novas respostas rápidas, provocadas pela pandemia, criou um ambiente favorável à adoção de tecnologia, abrindo um grande espaço para as healthtechs.

Apesar da curva de amadurecimento das startups desse setor ser maior do que a dos demais, devido às dificuldades relacionadas à regulação, essa grande demanda por novas soluções no enfrentamento da pandemia impôs maior agilidade e impulsionou o segmento.

Se formos considerar o período entre 2019 e 2022, o número de healthtechs cresceu quase 16% no Brasil, de acordo com o Medicina S/A. De fato, as empresas de tecnologia correram contra o tempo e contaram com o apoio do setor público, implementando tecnologias que melhoraram as rotinas de saúde, com mais praticidade e otimização dos atendimentos.

Como as healthtechs estão revolucionando o mercado de saúde?

As healthtechs vêm revolucionando o mercado de saúde de várias formas, com o único objetivo de fornecer uma alternativa mais fácil aos pacientes, hospitais e profissionais. Ao mesmo tempo, tecnologias como dispositivos que antecipam diagnósticos laboratoriais e simplificam a realização de testes, vêm contribuindo com mais agilidade na coleta, registro e monitoramento dos resultados e informações do paciente. 

Além disso, alguns aplicativos garantem avaliação médica e psicológica, por meio da telemedicina. 

Tudo isso, no fim do dia, se traduz em:

  • redução dos gastos
  • aumento na eficiência 
  • prevenção de epidemias;
  • redução de mortes;
  • novos medicamentos;
  • novos tratamentos;
  • novos procedimentos.

Cenário de investimentos em healthtechs no Brasil

Conforme o Distrito Healthtech Report 2022, o interesse dos investidores em healthtechs explodiu com a pandemia, quase dobrando em 2020 em relação ao ano anterior. Já em 2021, o aumento foi 4x superior – seguindo positivo ritmo de crescimento. Embora esse aumento tenha se dado em razão da pandemia de Covid-19, em apenas seis meses deste ano, os investimentos atingiram quase os mesmos valores de todo o ano de 2020.

As categorias de Gestão e PEP (Prontuário Eletrônico do Paciente) e Acesso à Saúde foram as que mais receberam investimentos, considerando o ano de 2017 para cá – período em que houve saltos mais significativos. Se formos considerar todo o período de 2013 a 2022, temos quase R$ 1 bilhão investidos em healthtecs. 

Principais tendências das healthtechs para os próximos anos

Considerando as novas soluções, tecnologias e o crescimento exponencial do setor, trouxemos as principais tendências no segmento da saúde para os próximos anos. São inovações como serviços e procedimentos médicos que certamente impactarão a população. Confira!

Digital Twin

Realizar testes em saúde no ambiente real são caros e geram muitos riscos. 

Nesse sentido, o termo Digital Twin (ou Gêmeo Digital, na tradução literal) remete a uma tecnologia capaz de, por meio de dados, criar representações virtuais dos nossos corpos. Com ajuda da Inteligência Artificial, essa solução permite realizar testes e análises no elemento virtual – sem precisar fazê-lo no “mundo real”, reduzindo custos e riscos de simulações.

De acordo com a Gartner Inc., há uma previsão de que, até 2025, 25% das organizações de serviços de saúde incluirão iniciativas de Digital Twin em suas estratégias de transformação.

Saúde Preventiva

Hoje em dia, a saúde preventiva vem sendo cada vez mais incentivada pelos profissionais, bem como o acompanhamento regular dos pacientes.

Para se ter uma ideia, no contexto norte-americano, do orçamento total para a saúde, cerca de apenas 5% deles é voltado à prevenção – enquanto os outros 95% são destinados aos tratamentos. Nesse sentido, as inovações das startups desafiam o status quo e prometem ser o futuro dos cuidados preventivos.

No fim do dia, além de beneficiar a população geral, essas iniciativas promovem redução de custos governamentais e privados no setor da saúde.

Telemedicina

A pandemia impulsionou novas discussões a respeito de um marco regulatório para teleatendimentos na medicina. Dessa forma, a telemedicina com suas variantes promove os  pré-diagnósticos, telemonitoramentos, teleconsultas, entre outras possibilidades que antes não eram muito comuns e, hoje, emergem como uma forte tendência. 

Fato é que, na pandemia, cerca de metade dos médicos adotou a telemedicina, conforme estudo divulgado pela Associação Médica Brasileira (ABM). Nesta nova fase “pós-pandêmica”, as normas e regulamentações continuam sendo pauta nessas discussões, visando promover novos avanços e qualidade aos pacientes.

Femtechs

As femtechs são startups que buscam promover novas tecnologias de saúde para o público feminino, com métodos de prevenção, diagnósticos, equipamentos e serviços específicos. Aliás, trata-se de um segmento de healthtech que atrai grande oportunidade de investimentos.

Nesse cenário, os investidores early-stage são os maiores apoiadores das femtechs. No mercado norte-americano, somente até julho de 2022, o financiamento de capital de risco para femtechs atingiu US$ 840 milhões – depois do recorde no mercado global de 2021, em que a arrecadação passou a marca de US$ 2,4 bilhões, conforme dados do PitchBook.

Leia também: Venture Capital: Entenda como funciona o capital de risco na prática.

Open Health

Assim como no Open Banking, a iniciativa de Open Health tem o objetivo de estimular o compartilhamento de dados sobre saúde, tornando-os transparentes e acessíveis. Na prática, com a Open Health, um médico pode acessar um exame, com a autorização do paciente, via token ou outra tecnologia que poderia disponibilizá-lo.

Além disso, este modelo torna os atendimentos mais personalizáveis, com base nos históricos disponíveis. Outros exemplos são a possibilidade de acessar exames prévios, laudos, atestados, prescrições ou mesmo identificar alergias a um medicamento – tanto na esfera pública de saúde (SUS) como também nos sistemas privados e convênios.

Manter um “banco único” de dados pode influenciar para que tenhamos, no fim do dia, mais qualidade nos serviços oferecidos. Mas não podemos esquecer que uma dimensão importante do Open Health é a redução de custos e a eficiência.

No Brasil, o que existem por enquanto são algumas iniciativas isoladas, que ainda não estão em operação. Porém, em 2022, o Ministério da Saúde já sinalizou que o governo brasileiro estuda implementar o sistema de Open Health – inspirado na plataforma de “Open Banking”, idealizada pelo Banco Central.

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Aclamadas pela comunidade científica, as Deep Techs estão sob o mesmo guarda-chuva de empresas criadas a partir de disrupções em áreas como biotecnologia, engenharia e arquitetura de dados, genética, matemática, ciência da computação, robótica, química, física e tecnologias mais sofisticadas e profundas. São startups que propõem inovações significativas para enfrentar grandes problemas que afetam o mundo.

 

Por mais que tentar chegar a uma definição possa parecer um exercício bastante ousado, quando falamos de uma área de tamanho conhecimento e aplicação, negócios que se enquadram dentro deste conceito, tratamos de soluções com alto valor agregado, que irão impactar positivamente não só um grupo determinado específico de pessoas, mas que podem mudar o mundo.

 

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