Diferentemente de outros setores da economia brasileira, que foram severamente afetados pela crise econômica e sanitária desencadeada pela pandemia da Covid-19, o agronegócio brasileiro, incluindo aí as AgTechs, está resistindo ao impacto e permanece em franca expansão.
O setor deve ser também um dos principais responsáveis pela retomada dos negócios no cenário pós pandemia, sempre buscando a tecnologia como aliado para superar as dificuldades impostas pelo volátil cenário econômico.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Agronegócio registrou crescimento de 4,33% no segundo trimestre de 2021, conforme dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP, e deve encerrar o ano com saldo bastante positivo. O bom desempenho do setor também tem contribuído cada vez mais para o desenvolvimento de soluções inovadoras para este segmento. Com foco em soluções para o agronegócio, as chamadas AgTechs estão cada vez mais presentes no País.
Utilizando tecnologia de ponta, a qual inclui sensores de monitoramento da lavoura e até drones para o plantio, essas empresas levam inovação aos diversos setores do agro, dentre eles gado leiteiro, pecuária de corte e produção de grãos. Essas inovações permitem aumento de produtividade, agilizando tarefas e digitalizando processos que envolvem a gestão do campo. Esse ecossistema também contribui para a melhoria da empregabilidade no país, já que hoje detém mais de 4,5 mil postos de trabalho.
No ano passado, em meio a pandemia, empresas do setor tiveram valorização de até 56%, e consolidaram ainda mais a transformação digital ao campo. Os dados são do Radar Agtech Brasil 2020/2021, elaborado por meio de uma parceria entre Embrapa, SP Ventures e Homo Ludens Research and Consulting, com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A perspectiva é que esse ano número se mantenha em alta para 2022.
AgTechs e a inovação com foco na solução de problemas
Além da inovação, as AgTechs carregam em seu DNA o foco na resolução de problemas reais do setor, fornecendo respostas rápidas e eficazes para determinadas demandas do mercado. Além disso, diferentemente de empresas tradicionais do agronegócio, essas startups possuem características como a capacidade de lidar com eventuais riscos do negócio, procurando adaptar-se às adversidades e aos novos cenários.
Atualmente existem quase 1,6 mil startups deste segmento no país – número 40% maior em relação ao período pré-pandemia, de acordo também com o Radar Agtech Brasil. Essas empresas atuam em segmentos como controle ambiental, biotecnologia e sementes, automação de máquinas agrícolas, alternativas energéticas, monitoramento de interesse agropecuário, softwares e aplicativos para o agronegócio, e aproveitamento de resíduos da produção.
O relatório Distrito Mining Report – Agtech 2021, da plataforma de inovação aberta Distrito, indica que o crescimento das AgTechs pode estar relacionado à necessidade de implementar a inovação no campo. Para Ricardo Maciel, da empresa de fusões e aquisições da Mazars, a aplicação de conceitos para uma agricultura 4.0, desencadeou o aprimoramento dos controles, da produção e da gestão, inclusive com o uso de recursos tecnológicos como inteligência artificial e machine learning.
O CEO da Leigado, Giandro Masson, startup paranaense acelerada pela VENTIUR e que atua na melhoria de processos do setor leiteiro, observa que a pandemia acelerou a transformação digital no campo. “Com a pandemia muitos agricultores abriram os olhos para a necessidade de utilizar a tecnologia em suas propriedades. Eles eram céticos mesmo, mas agora perceberam que é preciso acompanhar as novas tendências tecnológicas para que tenham sucesso em seus negócios’, destaca Masson.
Agricultura de precisão atraiu maior número de investimentos
Segundo o levantamento da Distrito, os investimentos nessas empresas chegam a quase R$ 887 milhões, desde 2009, no país. Porém, o maior número de aportes ocorreu apenas nos últimos três anos. Essas startups atuam tanto dentro quanto fora da fazenda, abrangendo cada vez mais todos os estágios da cadeia, o que inclui venda de produtos, marketplaces, plataformas de negociação de produtos agrícolas, biotecnologias e agricultura de precisão.
Sobre este último setor em especial, ele concentra pouco mais da metade dos recursos alocados em AgTechs no Brasil. Caracterizadas pelo uso de tecnologia para coleta e gestão de dados agropecuários, esse segmento auxilia o produtor na tomada de decisões mais assertivas na gestão de seu negócio.
Nesse contexto temos startups que, por exemplo, utilizam algoritmos matemáticos para analisar diversas variáveis do processo de plantio de grãos, como forma de auxiliar produtores, agrônomos e consultores no manejo fitossanitário e controle de doenças da lavoura. Também podemos citar outras empresas que oferecem softwares para a gestão do rebanho, os quais realizam toda a trajetória de vida do animal, desde seu nascimento até o abate. A análise correta dessas variáveis impacta diretamente na produtividade do negócio.
Outro segmento que têm se destacado nesse cenário é o de marketplaces, os quais entregam soluções inovadoras no processo de compra e venda de insumos do agro. Essas plataformas fornecem importantes dados para que o gestor do negócio possa ampliar seus resultados financeiros, garantindo a recompra e a fidelização de seus clientes.
VENTIUR possui programa dedicado a aceleração de AgTechs
A VENTIUR possui um programa exclusivo para investimento em AgTechs, o qual fornece conexões, investimento, desenvolvimento e mentorias. A iniciativa tem como objetivo investir e acelerar startups com soluções de base tecnológica que têm foco na resolução de problemas reais do agronegócio.
Essa medida contribui para a transformação digital no campo, gerando inovação no setor. O Grupo de Investidores VENTIUR AgTech é formado por um grupo de empresas e investidores ligados ao agronegócio, com o objetivo de agregar o chamado smart Money às startups aceleradas. O grupo conta ainda com a parceria de universidades, incubadoras e centros de inovação que atuam como como unidades de apoio ao programa, auxiliando no planejamento, mobilizando ações, oferecendo infraestrutura e suporte para validação do produto e testes de campo.
Atualmente a VENTIUR possui 15 startups do agronegócio em seu portfólio: DigiFarmz, Prediza, Trucker do Agro, Leigado, AgroInteli, OvinoPro, Acerto Fácil, BioIn, Racks, Stac, Hortify, Mush, Green Next, OSalin e Creditares. Essas empresas entregam soluções inovadoras para toda a cadeia produtiva, melhorando processos e eficientizando resultados. Mais informações sobre o programa VENTIUR AgTech no link.
Além desta iniciativa, a VENTIUR, juntamente com o Tecnopuc e a Anlab, lidera o Celeiro Agro Hub. O projeto tem como objetivo conectar produtores, fornecedores, cooperativas, startups, pesquisadores e investidores no setor do agronegócio, gerando oportunidades e conexões para diferentes atores da área e apoiando o crescimento do agronegócio brasileiro.
Se quiser conhecer mais sobre nossos programas de aceleração e investimento em startups, entre em contato com nossa equipe. A VENTIUR é uma das principais aceleradoras de startups do Brasil e está sediada no polo tecnológico da Unisinos, o Tecnosinos, em São Leopoldo/RS.