ESGtechs atraem cada vez mais a atenção dos investidores

As startups da área de tecnologia que cultivam as boas práticas de Environmental, Social and Governance (ESG), da sigla em inglês, vêm ganhando destaque nos últimos anos. O segmento de ESGtechs é relativamente novo, mas tem chamado a atenção dos investidores ao redor do mundo, em especial por sua conduta pautada pelo social, ambiental e de governança. E a tendência é que essas startups tenham uma projeção ainda maior nos próximos anos. 

Como já falamos aqui no blog a transformação digital tem impulsionado o surgimento de novos negócios, em especial de startups, em diversos setores da economia. Estas organizações entregam propostas inovadoras para o seu público, revolucionando atividades tidas como tradicionais. No caso das ESGTechs, sua relevância atual no mercado é tamanha que os fundos de investimento analisam e classificam as empresas conforme os critérios ESG para direcionar aportes.

Alguns fundos, inclusive, optam por aportarem recursos apenas em negócios que adotam as boas práticas norteadas pelo tema, valorizando empresas responsáveis com o meio ambiente, a sociedade e a própria gestão. Levantamento realizado pela plataforma de inovação aberta Distrito indica que as startups brasileiras com soluções para as melhores práticas ambientais, sociais e de governança receberam nos últimos dez anos investimentos que giram em torno US$ 991 milhões.

Nesse contexto 740 startups voltadas para o consumidor, pequenas e grandes empresas, e órgãos governamentais foram identificadas operando no País. Empresas do setor social concentram boa parte dos aportes, algo em torno de US$ 699,8 milhões. Já as startups do setor ambiental receberam US$ 81,8 milhões e as do setor de governança outros US$ 209,6 milhões.

Mesmo não sendo novo, termo se popularizou recentemente 

Ainda que o termo ESG tenha se popularizado há pouco tempo, o tema não é novo. Em 2004, o então secretário da geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, convidou mais de 50 CEOs de grandes instituições financeiras a participar de uma iniciativa conjunta, para encontrar maneiras de integrar o ESG aos mercados de capitais. Antes disso, 

Além disso, no período entre as décadas de 1970 e 1980, o chamado Socially Responsible Investing (SRI), que significa investimento sustentável responsável, em livre tradução do inglês, surgiu nos EUA. Nessa época os fundos de investimento começaram a definir seus aportes com base nos critérios sociais adotados pelas organizações que estavam em busca de recursos. 

Utilizado para definir as dimensões nas quais uma organização trabalha na redução dos danos ao meio ambiente, com a adoção das melhores práticas de gestão, o ESG é aplicado também quando falamos de investimentos relacionados à sustentabilidade – e não apenas questões financeiras. Dessa maneira, seja no mercado interno ou externo, atuar conforme esses padrões amplia a competitividade do setor empresarial. 

Essa tendência é reforçada pelo relatório da consultoria PwC, o qual indica que até 2025, 57% dos ativos de fundos mútuos na Europa estarão em fundos que consideram os critérios ESG. Abaixo vamos conhecer um pouco mais sobre essa temática, começando pelo significado de cada uma das letras em suas devidas dimensões.

Conceito ESG aplicado a ESGtechs
Conceito geral é aplicado às novas ESGtechs.

Environmental (ambiental) 

O ‘E’ está relacionado às práticas adotadas pela empresa no que se refere à preservação do meio ambiente. Na pauta de discussão temas como poluição do ar e da água, desmatamento, emissão de carbono, aquecimento global, dentre outros.

Social 

Já a letra ‘S’ tem relação direta com a forma na qual a empresa lida com as pessoas que fazem parte de seus times, bem como todos os envolvidos em seus processos. Nesse âmbito estão questões como o respeito à legislação trabalhista, engajamento das pessoas no trabalho e a proteção de dados dos seus clientes e parceiros de negócio.

Governance (governança) 

Considerada por muitos especialistas do setor como sendo a base das políticas do ESG, o ‘G’, está relacionado diretamente à administração da empresa. Isso pode ser compreendido com uma mudança de cultura, que deve passar por todos os setores da organização, pautando desde sua conduta corporativa à relação com órgãos estatais e serviços de atendimento ao cliente (como um canal de ouvidoria/denúncias, por exemplo). 

ESG segue tendências globais de práticas sustentáveis 

Atualmente há uma série de iniciativas globais com foco em garantir que as empresas sigam práticas mais sustentáveis de gestão, algumas delas lideradas pela ONU Dentre elas podemos citar a Agenda 2030, a qual consiste em um plano de ação para o desenvolvimento sustentável global, que abrange as dimensões social, ambiental e econômica. 

A agenda traz 17 objetivos e 169 metas que devem ser seguidos pelos estados-membros da ONU, e inclui questões importantes como erradicação da pobreza, saúde e bem-estar, educação de qualidade, igualdade de gênero, água potável e saneamento, energia limpa e acessível, dentre outros. Países que compõe a Agenda 2030 devem se comprometer com a promoção de programas e ações para orientar sua atuação interna, inclusive no que se refere à agenda financeira.

Apesar dos esforços, alguns países têm registrado retrocesso em questões como redução de emissão de gases do efeito estufa, garantia de segurança alimentar e de emprego para suas populações e diminuição de pessoas em situação de rua nos centros urbanos. No Brasil, a situação piorou após a pandemia – em 2021 o País registrou retrocesso em 54% das metas estabelecidas.

Startup acelerada pela VENTIUR é destaque em logística reversa 

Entre as empresas brasileiras que têm se destacado nesse setor está a Trashin – startup acelerada pela VENTIUR e que atua na gestão e logística reversa de resíduos em empresas e condomínios. Em 2021 a startup gaúcha captou, em apenas quatro horas, a R$ 1 milhão via CapTable – tempo recorde para a modalidade de equity crowdfunding (financiamento coletivo) no Brasil.

Conceito ESG: startup Trashin é exemplo
Trashin | Cash for trash.

A Trashin realiza a gestão completa dos resíduos, e executa projetos de logística reversa e transformação dos detritos. Dentro desse contexto, a startup atua desde a educação sobre a correta separação e acondicionamento dos resíduos, até a coleta e destinação adequada dos mais diversos tipos de materiais. Esse movimento promove a gestão 360º dos resíduos. A empresa conta com uma rede de parceiros, os quais são capacitados e conectados pela própria empresa. 

São motoristas, coletores e cooperativas, que recebem orientação e treinamento conforme a necessidade do cliente e o tipo de resíduo a ser recolhido em cada local. Estimativa da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) indica que o País perde R$ 14 bilhões por ano com a falta de reciclagem adequada do lixo. Em suma: cerca de 12 milhões de toneladas de resíduos sólidos que, ao invés de gerarem dinheiro e emprego, acabaram sendo descartados no meio ambiente todos os anos. 

Techs também se destacam em outros segmentos

O crescimento da tecnologia tem contribuído cada vez mais para o desenvolvimento de soluções inovadoras em diversos segmentos da sociedade. Essas aplicações têm facilitado a nossa vida, em especial nestes tempos de pandemia. Todas essas mudanças têm impulsionado a criação de startups inovadoras que utilizam a tecnologia, as chamadas techs. 

Essas empresas atuam em nichos específicos, como finanças, saúde, educação, energia, alimentação, agronegócio, sustentabilidade, dentre outros. Além do nicho de atuação que falamos acima (ESG), empresas de outros segmentos também têm ganhado destaque nos últimos anos utilizando o sufixo tech. O crescimento dessas startups tecnológicas se deu, principalmente em função das segmentação de mercado. 

Esses negócios surgiram com o objetivo de facilitar o acesso das pessoas a produtos e serviços, e ganharam ainda mais força durante a pandemia, o que inclui fintechs (finanças), agtechs (agronegócio), healthtechs (saúde), energytechs (setor energético), edtechs ou edutechs (educação), foodtech (alimentação), salestechs (soluções vendas), logtechs (logística) e lawtechs (direito).

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Aclamadas pela comunidade científica, as Deep Techs estão sob o mesmo guarda-chuva de empresas criadas a partir de disrupções em áreas como biotecnologia, engenharia e arquitetura de dados, genética, matemática, ciência da computação, robótica, química, física e tecnologias mais sofisticadas e profundas. São startups que propõem inovações significativas para enfrentar grandes problemas que afetam o mundo.

 

Por mais que tentar chegar a uma definição possa parecer um exercício bastante ousado, quando falamos de uma área de tamanho conhecimento e aplicação, negócios que se enquadram dentro deste conceito, tratamos de soluções com alto valor agregado, que irão impactar positivamente não só um grupo determinado específico de pessoas, mas que podem mudar o mundo.

 

Para fomentar ainda mais o setor e auxiliar nesse crescimento, o Delta Capital abriu inscrições para selecionar Deep Techs. A chamada inicia dia 22/11 e vai até 10/12, não perca tempo e inscreva-se aqui!

 

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