A empresa do futuro pensa sozinha

Por: Rodrigo Koetz de Castro

  Imagine uma criança recém-nascida que aprenda a falar na primeira semana, ler e escrever em trinta dias, domine quatro idiomas em um mês, construa pontes e prédios em um ano. Certamente essa criança terá instalado a primeira colônia espacial habitável na lua antes dos sete anos de idade. Agora imagine a hipotética capacidade de tomar decisões empresariais acertadas sendo acelerada nessa mesma progressão de velocidade. Pode parecer exagero, mas essa comparação denota um pouco do potencial da computação cognitiva no ambiente empresarial para os próximos anos.

  Apesar de sexagenários, conceitos como computação cognitiva, aprendizado de máquina e inteligência artificial tornaram-se recentemente termos da moda. Sem muito preciosismo, basicamente, referem-se à capacidade de processar informações e de aprender com elas de forma muito semelhante ao cérebro humano, sem que precisem ser programados para isso. De arcaicos experimentos científicos e tecnológicos que visavam reproduzir partes do pensamento e faculdades humanas como criatividade, auto-aprendizado e uso da linguagem, apenas recentemente a inteligência artificial venceu barreiras mínimas para receber atenção no ambiente empresarial. Como nunca, diga-se de passagem.

 Não é para menos, pois as previsões de consultorias especializadas preveem gastos globais com sistemas cognitivos ultrapassando US$30 bi até 2020 e a computação cognitiva é hoje um dos grandes aceleradores de inovação que vão conduzir a transformação digital, criando novos fluxos de receita, novas organizações e – principalmente –  novas formas de trabalho. Na prática, qualquer problema pode ser resolvido por computação cognitiva, de acordo com a qualidade e disponibilidade de dados para análise. Trata-se de ter informações variadas e fazer perguntas, aprender com as respostas, criar novas informações a partir disso e fazer novas perguntas, repetindo o processo indefinidamente e construindo novas ondas de riqueza a cada ciclo.

  A computação cognitiva captura sinais sobre o que o usuário está tentando fazer e fornece uma resposta apropriada. De acordo com a reação do usuário à proposição, a tecnologia confirma ou não sua sugestão e “aprende” com a resposta. Depois, armazena esse aprendizado e passa a usá-lo como base para outras sugestões. Parece simples, mas não é. Para que essa mágica ocorra são necessárias tecnologias e técnicas rebuscadas e específicas para cada contexto de aprendizado. Algo como aprender idiomas com professores de idiomas e a cozinhar com chefs de cuisine.

  Mas não se engane ao pensar que somente grandes companhias têm acesso a essas tecnologias, pois o seu poder está justamente na sua difusão e variabilidade. O sucesso da computação cognitiva passa por necessidades de infraestrutura em grande escala mas torna-se mais eficiente a medida em que mais canais de interação estejam disponíveis. Trata-se de tornar computadores, smartphones e outros dispositivos mais amigáveis para o usuário, com uma interface que entenda mais sobre o que deseja. Ferramentas que oferecem assistência inteligente, conselhos e recomendações e disseminam o conhecimento em todo o mundo são alimentadas por dados não estruturados e amplamente variados.

  De uma cafeteira que sugere a torra do grão a partir do humor do usuário nas redes sociais a sistemas de recomendação de investimentos ou de tratamento de doenças severas com base em inferências de saúde pública, do carro autodirigido ao assistente virtual de viagens, todos os principais sistemas cognitivos disponíveis hoje são relativamente baratos de se consumir. Há também excelentes e crescentes ofertas estruturadas para rápido consumo a baixo custo em curto espaço de tempo e muitas empresas já tem dedicado tempo a descobrir seu potencial. Portanto, não há motivos para não considerar imediatamente inserir essa disciplina em suas áreas de marketing, vendas, produção e gestão.

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118e2d3 RODRIGO KOETZ DE CASTRO  |  DIRETOR EXECUTIVO NA TEEVO SA 

 Empresário com formação em Eletrônica, Administração e Planejamento Estratégico, conselheiro e mentor de empresas, associações empresariais e startups, atua há 20 anos no segmento de tecnologia e inovação. Atuou paralelamente em carreira docente por 10 anos e atualmente dedica-se a iniciativas de transformação digital,  empoderamento econômico e difusão tecnológica.

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